sexta-feira, 21 de agosto de 2009

a rotina e o desapego

cheguei à conclusão de que sou totalmente dependente da minha rotina. de verdade, não tem nada melhor do que uma boa rotina pra desligar a gente de coisas negativas, coisas que nos fazem mal, ou simplesmente do que não merece tanto a nossa atenção. nada melhor do que uma rotina pra afastar nossas ansiedades e nos fazer lembrar do que realmente importa. pq como TODO mundo sabe, não se desviar durante a caminhada não é a coisa mais fácil do mundo pra seres como nós, humanos, tão vulneráveis, right?

o ser humano precisa, de fato, de algum tipo de controle. desde o momento em que precisa conviver em sociedade e então seus desejos TEM de ser controlados e seu individualismo TEM que ser, ao menos, disfarçado. ao mesmo tempo que isso parece maléfico, por repreender a natureza do homem, etc, é totalmente necessário não só em nome da harmonia externa, mas principalmente a interna, a que o homem tem tanta dificuldade em lidar. ''só é verdadeiramente livre o homem que tem domínio sobre si.''

há aqueles com mais facilidade em não se desviar, mas há também os que estão constantemente absorvendo influências externas, e a estabilidade então passa a ser algo ainda mais difícil de se alcançar. é por isso que para pessoas assim, como eu, a rotina é algo tão positivo. é uma forma de me acalmar, de parar um pouco(por mais contraditório que pareça), de ocupar a cabeça com conhecimento, coisas boas (a chamada felicidade intelectual?).

é lógico que eu adoro ter dias diferentes, fazer coisas novas, e é claro que se alienar na própria rotina não é NADA bom(como todos os excessos). mas saber apreciar a rotina é algo necessário, primeiro pq não podemos fugir dela, e segundo pq é nela
que vc se afasta um pouco de todo o resto que possa estar te fazendo mal. pelo menos para mim é assim. como minha amiga disse, nunca ouvi falar de ninguém que se aposentou e ficou mais feliz/melhorou de vida, psico ou fisicamente.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

empty

tem coisa pior do que ficar mal quando está tudo bem?
quando vc pára depois de um dia agradável, com pessoas que vc gosta, e tudo diz que era pra vc estar feliz, mas aí de repente bate aquele vazio, misturado com o medo de algo que vc nem sabe o que é.. e o pior é que nessas horas vc não consegue pensar em nada que te faria bem de verdade, nada que tiraria esse vazio.. que vc conhece bem
ja há um tempo.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

cada um é responsável por aquilo que sente

para tudo. quando foi que agosto chegou tão depressa que eu não percebi? omg, tudo mentira essa história de que o tempo passa rápido quando a gente se diverte, pq afinal, se eu for fazer as contas a respeito dos últimos meses, o saldo certamente não será de diversão ou tranquilidade! não sou do tipo que fica dizendo que a própria vida é uma bosta ou whatever, longe disso (aliás, sei disfarçar bem). também não curto ficar xingando o passado enquanto sei que sou responsável por ele mais do que qualquer um.
mas sei também que de fato há situações que não dependem só da nossa vontade ou esforço. ainda mais se tratando de relacionamentos, ambas as partes têm seus limites e aprendi que não importa o quão forte vc deseje ou o quão grande é um sentimento,
isso não é sinônimo de que a outra pessoa os recebe do jeito que a gente esperava. e nessas horas vc aprende que a bolha pessoal de cada um é bem mais forte do que memórias e sentimentos deixados sem dono. acredito que um amor de verdade é permanente, i mean, a essência dele permanece viva em algum lugar, de alguma forma. há pessoas que transformam esse sentimento em orgulho ou simplesmente indiferença. outros preferem guardar numa caixinha como boas lembranças e aprendizado, e há os que o abandonam simplesmente.
esse ano foi(ou melhor, está sendo) de certa forma irônico, pois justamente para 2009 eu desejei a maior estabilidade possível, em todos os sentidos, mas em nome do maldito vestibular em especial. e o que houve foi nada menos que um furacão na minha vida. de verdade, esse ano senti os piores sentimentos que imaginei, fiz besteiras, me vi sozinha, perdida e estúpida.
olhando agora, estou tranquila pq sei que todo mundo pode passar por momentos assim, que todo mundo pode perder o controle das situações de vez em quando, e acima de tudo sei que meus sentimentos e ações em todos os momentos foram autênticos e (pq não?) puros.
é, esse ano ja roí todas as unhas(que eram tão bonitinhas, tadinhas!) e me preocupei com TUDO, menos com o que eu devia. as metas de começo de ano eram claras: ''-estudar mais -deixar de ser sedentaria -ver meu namorado frequentemente -passar no vestibular''. e ahn.. pois é, seria cômico se não fosse tenso. mas ah, vai, até que eu consigo manter notas no colégio e estudar(enquanto faço outras 6541 coisas -inúteis- ao mesmo tempo).. mas confesso que as vezes sinto invejinha dos meus amigos que não perdem tempo com amorzinhos e ócio, e conseguem DE VERDADE se focar num objetivo.
é, o ano ainda nem acabou e é como se ele ja tivesse dado tudo que tinha que dar, mas não sei pq ainda espero que algo BOM de verdade aconteça antes de 2010. 2008 foi tão bom e eu nem sabia. mas como disse, não gosto de ficar reclamando por aí, sei que daqui alguns anos eu vou lembrar de 2009 rindo e vou agradecer ter passado por tudo que passei e desde ja agradeço a tds as pessoas que marcaram/marcam de alguma forma minha vida, pq com ctza não seria quem eu sou nem teria aprendido o que aprendi. cada um me abriu cada vez mais os olhos pra quem eu sou, pra quem eu NÃO quero ser, e pro que eu espero da minha própria vida.
times keep rolling.

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

keep your head

havia uma menina fácil de se encantar. tudo a deixava vulnerável à suspirar: palavras bonitas, um casal de velhinhos no parque, surpresinhas bobas, luzes num parque de diversões, nuvens rosas no pôr do sol, ou até uma combinação certa de cores. qualquer coisa que parecesse harmoniosamente bela aos seus olhos, lhe era uma atração fatal. essa menina era daquelas que mesmo se vivesse no ambiente mais tortuoso e desagradável, faria questão de ter um vaso de flor no seu cantinho, só para ter algo bonito para admirar, uma sensação de vida que lhe garantisse algum humor.

essa contínua busca, inerente à seu ser, moldou também a sua personalidade. tudo visava à um equilibrio, não só interno, mas também com o mundo que a cercava. a menina tentava ser graciosa e agradar à todos, favorecer sempre ambos os lados da questão. imparcialidade era a força que a movia. era o que lhe garantia apreciar diferentes visões de mundo, e valorizar cada uma. essa imparcialidade era uma das faces de seu aspecto racional, pois apesar de parecer inocentemente movida por emoções, a menina era muito mais racional do que intuitiva. não sabia responder instintivamente à algo, suas reações só eram efetivadas depois de muito refletir. hesitações sempre dominaram seus pensamentos conflitantes, uma vez que para ela, analisar algo era considerar todos os pontos de vista.

essa menina conservava aparência reservada e introspectiva, sem muitos atrativos. preferia guardar seus turbilhões de pensamentos para si mesma, ja que nem ela mesma dava conta de organiza-los e para ela, expor seu interior era uma tarefa certamente intraduzível em palavras. sabia que fazendo isso, a essência de suas ideias acabariam distorcidas e até perdidas. não só pq ''o que se sente lentamente se torna no que se diz'', como também pq uma ideia em contato com o mundo externo, precisa, antes de tudo, caber nele. e ela sentia na maioria das vezes, que elas nao cabiam.

então de certo modo, a menina preservava seus pensamentos mais complexos intocáveis. não queria se perder na sua organização humana, nos artifícios necessários à convivência, no desgaste diário de SER humano. não queria se esquecer do seu interior, pois sabia que apesar de ainda não ter sido desvendado (nem por ela mesma) era valioso em ideias e sentimentos, que julgava prósperos.
no fundo, ela queria poder, um dia, dá-los para alguém. alguém que desvendasse todas as suas facetas, e apreciasse cada uma delas. um alguém que também teria muitas coisas bonitas para ela, e eles dividiriam suas histórias e teorias, desde a mais boba, sobre um graveto no chão, até à mais ambiciosa, sobre como se ter uma existência eterna. eles dividiriam seu amor pela vida, e chorariam cada vez que se lembrassem que, um dia, suas mãos e seus olhos se desencontrariam e eles se separariam inevitavelmente. (....)

então vc pensa que essa menina só fazia as coisas certas, ja que era tão reflexiva e não esperava nada além de um pouco de bom senso e empatia. porém, ela era também instável e hesitante
. absorvia mágoas e insatisfações, e geralmente guardava consigo não só pela razão ja citada acima, como tbm pq tinha medo de ferir as (poucas) pessoas de que gostava. e quanto mais sentia que todos os seus passos eram errados e tudo a levava a nunca se estabilizar, mais perdida se sentia. (...)

então essa menina tinha dois caminhos a escolher, e escolheu.